Há muitos anos, nas terras que hoje conhecemos como Tanguá, vivia uma tribo de índios Tupi-Guarani. Eles eram conhecidos por sua conexão profunda com a natureza e por dar nomes às coisas baseados nas suas observações e experiências diárias.

Por volta do século XVI, enquanto caçavam e colhiam alimentos, os índios descobriram uma região rica em flora e fauna, com solo fértil e muitas fontes de água fresca. Eles perceberam que essa terra também era habitada por inúmeras formigas que trabalhavam incansavelmente, carregando folhas e sementes para seus formigueiros. Impressionados pela dedicação e pela organização das formigas, os índios Tupi-Guarani resolveram chamar aquele lugar de "Tanguá", que em sua língua significa "Terra da Formiga".

A tribo decidiu se estabelecer ali, inspirados pela prosperidade e pela diligência das formigas. Construíram suas ocas próximas às margens dos rios e começaram a cultivar a terra, seguindo o exemplo das formigas, que sempre trabalhavam em conjunto para o bem de sua comunidade.

Em 1567, os portugueses chegaram à região, e a vida dos índios mudou drasticamente. Os colonizadores, interessados nas riquezas e no potencial agrícola da região, começaram a tomar as terras indígenas. Os Tupi-Guarani resistiram bravamente, mas, infelizmente, foram subjugados.

Os portugueses incorporaram Tanguá ao município de Itaboraí, outro nome derivado do Tupi-Guarani, que significa "pedra bonita". Apesar da resistência indígena, a colonização trouxe novas dinâmicas e transformações para a região. Os colonos estabeleceram fazendas e começaram a explorar os recursos naturais, mudando a paisagem e a cultura local.

No século XX, Tanguá começou a se destacar pela industrialização e pela agricultura. Antes da chegada das indústrias, a região abrigava usinas de cana-de-açúcar, onde a cana era cultivada e processada. Essa atividade agrícola foi essencial para a economia local e ajudou a moldar a comunidade.

Com o tempo, a industrialização ganhou força e, entre as décadas de 1940 e 1960, várias indústrias se instalaram na cidade. Uma das mais notáveis foi a Cibran, uma fábrica que produzia antibióticos e contribuiu significativamente para o desenvolvimento econômico da região. A instalação dessas fábricas trouxe empregos e impulsionou o crescimento da cidade, transformando Tanguá em um importante polo industrial no estado do Rio de Janeiro.

Mesmo com essas mudanças, o nome Tanguá sobreviveu como um testemunho da herança indígena e da resiliência dos Tupi-Guarani. Em 20 de março de 1992, Tanguá se emancipou de Itaboraí, tornando-se um município independente, mas sempre carregando em seu nome a memória das formigas e dos índios que primeiro reconheceram o valor daquela terra.

Nos anos seguintes, Tanguá continuou a evoluir, tornando-se uma cidade vibrante com uma rica cultura e tradições. O artesanato local ganhou destaque, com muitos artesãos criando peças únicas que refletem a história e a natureza da região. A cidade também se tornou famosa por cultivar uma das laranjas mais doces do mundo, atraindo visitantes e comerciantes interessados em provar essa fruta deliciosa.

Entre as belezas naturais de Tanguá, a Cachoeira de Tomascar se destaca como um destino turístico popular. Suas águas cristalinas e a paisagem exuberante oferecem um refúgio tranquilo para os moradores e visitantes. Além disso, a misteriosa Lagoa Azul surgiu como outro ponto de interesse, conhecida por suas águas de um azul intenso e por lendas que fascinam todos que a visitam.

Hoje, Tanguá é um símbolo de resistência e preservação cultural, lembrando a todos a importância de respeitar e honrar as raízes e a história de um povo que, mesmo diante de adversidades, deixou um legado duradouro. As fábricas instaladas na região continuam a desempenhar um papel crucial na economia local, refletindo o espírito de trabalho e co